A agricultura e a floresta têm um papel fundamental no equilíbrio do território e na preservação da paisagem e as populações. Na situação atual, o sector florestal enfrenta grandes problemas, dos quais se salienta o risco de incêndios. Há ainda a necessidade de atuar sobre as situações de degradação ambiental que se verificam, essencialmente ligadas a problemas de poluição da água e solos em zonas de concentração de resíduos agroindustriais (RA) e agropecuária intensiva. O projeto centra suas ações em RA relevantes a nível nacional, como o bagaço de azeitona (500.000 ton./ ano) e os efluentes pecuários, além dos resíduos florestais (RF, 526 mil ton./ano), cujo 30% concentra-se no norte do país (5). Estes resíduos, quando gerados, são fonte de contaminação de águas e solos, além de servir de combustível nos grandes incêndios florestais. Pretende-se reduzir a pressão da atividade agrícola na utilização dos recursos naturais mediante a substituição dos fertilizantes químicos por compostos orgânicos, de modo a contribuir com o compromisso de Portugal de acrescentar num 20% a superfície agrícola em modo biológico, assim como reduzir a desertificação, a seca, os incêndios e a poluição.  Na atualidade, a maioria destes RA não tem qualquer valor económico (0€/ton.), sendo que os produtores têm de assumir o custo de transporte para os eliminar, o que repercute negativamente na rentabilidade das explorações. Perante esta situação e devido a falta de alternativas economicamente viáveis, existe o risco de que os resíduos sejam espalhados no solo, sem tratamento prévio, o que leva à problemas ambientais, como a redução de produtividade das terras, a eutrofização das águas e a perda da biodiversidade. No caso da biomassa resultante das podas e limpezas, o material é, com frequência, deixado no mesmo local, devido a falta de incentivos económicos. Um indicador de sua baixa valorização é a falta de empresas de gestão de RF no norte do país. Nestes momentos, o mercado de biomassa residual destinado às biorrefinarias está em declínio, e material altamente inflamável está a acumular-se no território. Tendo em conta que no país arderam uma média de 78 mil ha. de superfície florestal/ano no período 2012-2021 (6), e uma vez que as medidas preventivas dos fogos controlados não parecem ser uma solução sustentável à longo prazo, o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais (PNGIFR) está a considerar a promoção de compostagem dentro da orientação estratégica OE2 - Cuidar os Espaços Rurais. Por outro lado, a maioria destes RA contêm uma alta proporção de C que os converte em potenciais matérias-primas para a elaboração de compostos orgânicos e bioestimulantes. É importante destacar que 70% do território portugués está em grave risco de desertificação, neste contexto, converter os RF em compostos orgânicos (com >40% de C) pode ser uma solução a curto prazo para recuperar a falta de matéria orgânica (< 1%) que atinge os solos. A interligação e criação de sinergias entre as mais valias ambientais e o desenvolvimento económico deverá ser continuada e incentivada. Surge a necessidade de reduzir os custos da acumulação dos RA que não são tratados, assim como valorizar os RF no local, onde a compostagem em pilhas semiestáticas pode ser uma solução IN Loco, a curto e médio prazo, para atuar no território; para reduzir os custos, aumentar o valor e prevenir os incêndios rurais.