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Designação da iniciativa: FruitPV –– Green&Smart Energy Orchards (ID: 398 )
Coordenador: COTHN - Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional
Iniciativa emblemática: 11. Transição agroenergética
Data de Aprovação: 2022-10-04 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Oeste
Identificação do problema ou oportunidade
·
Alterações Climáticas e Eventos Climáticos
Extremos
·
Crise Energética e Alimentar
·
Disponibilidade do solo
Estes três pontos identificam
alguns dos principais problemas associados à produção agrícola e produção
energética e juntos criam a oportunidade para o desenvolvimento de projetos
agroenergéticos.
As alterações climáticas estão
profundamente ligadas quer com as atividades agrícolas quer com a queima de
combustíveis fósseis, representando no seu conjunto parte das emissões de gases
com efeito de estufa para a atmosfera. As alterações climáticas representam
diretamente um risco acrescido na produção de alimentos face à sua crescente
inadaptabilidade ao ambiente produtivo, comprometendo a quantidade,
regularidade e qualidade da oferta e, assim, o rendimento e viabilidade da
atividade agrícola. Para além das necessidades urgentes ao nível ambiental e
climático, as últimas crises – a pandemia de COVID-19 e o conflito
Rússia-Ucrânia – aumentaram o foco da União Europeia na segurança alimentar e
em uma maior autonomia e independência energética.
Os aumentos dos preços da
energia, dos alimentos e de outros custos inerentes, destacam ainda mais a
necessidade para as cadeias de abastecimento da UE se tornarem mais resilientes
e sustentáveis. O conjunto destas duas necessidades emergentes com o
crescimento da população mundial e suas necessidades, têm vindo a demonstrar a
existência de um outro problema relativo à escassez na disponibilidade de solo.
As instalações de produção solar fotovoltaica ocupam o espaço que poderia ser
potencialmente usado para culturas agrícolas, em superfícies de solo
relativamente planas, mais profundas e férteis e vice-versa. A instalação de
vastas áreas de painéis fotovoltaicos, geralmente implicam limpar faixas de
terra, deixando-a impraticável para outras atividades.
Por isso, as técnicas agrícolas modernas
e as tecnologias tradicionais de produção solar fotovoltaica, independentes,
não respondem de forma suficientemente satisfatória às necessidades atuais dos
nossos solos ou às necessidades socioeconómicas alimentares e energéticas,
trazendo impactos negativos na sustentabilidade da terra, afetando a estabilidade
do solo, retenção de água, sequestro de carbono, biodiversidade e qualidade
produtiva.
Esta competição cada vez mais
recorrente pelo uso do solo, pode ser atenuada pela inclusão de múltiplas
atividades numa mesma superfície, surgindo os projetos agroenergéticos como
resposta a estes problemas. A compatibilização destes dois ativos e os
inúmeros sinergismos que daí advêm,
possibilitam um melhor aproveitamento do terreno, a redução de riscos na
produção agrícola (granizo, escaldão solar, vento, etc) resultante de eventos
climáticos extremos e indesejados, cada vez mais recorrentes devido às
alterações climáticas, a possibilidade de redução de tratamentos
fitossanitários, e fomentam a sustentabilidade a diferentes níveis (ex.
ambiental, ecológica ou toxicológica), com impacto potencial muito relevante na
competitividade e resiliência das explorações agrícolas, que assim alargam a
sua funcionalidade e reduzem, eliminam ou invertem a sua pegada de carbono.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
O âmbito desta Iniciativa
enquadra-se na investigação, desenvolvimento e implementação de um conceito
inovador de transição agroenergética através da criação de uma estrutura
energética capaz de beneficiar a independência e descentralização energética em
conciliação com uma atividade agrícola mais resiliente e sustentável, criando
assim novas cadeias de valor na agricultura e energia elétrica.
As atividades de I&D+I a
realizar têm o intuito de estudar, otimizar e validar um sistema para
implementação futura num panorama industrial e comercial de um projeto
agroenergético viável a nível energético e agrícola em espécies fruteiras. Serão
desenvolvidos diferentes modelos piloto ao nível da produção agrícola e da
estrutura energética integrada, procurando compatibilizar e incrementar os
sinergismos destas atividades. Em cada um dos modelos estará incorporado um
sistema de monitorização, para análise e otimização, integrando as diferentes
componentes da produção energética com a produção frutícola, assim como as
condições ambientais e de solo existentes.
Para a criação de modelos otimizados
e viáveis a grande escala e em diferentes tipos de culturas e ambientes, o
projeto irá desenvolver-se em quatro diferentes vertentes (simulação, local de
implementação, estudos de comparação e otimização). Assim, este projeto irá
focar-se num conjunto de objetivos mais amplos:
1.
Desenvolver um sistema agroenergético
sustentável otimizado para produção frutícola e de eletricidade no mesmo
espaço, em modelos de produção modernos e inovadores, que se adequem e
salvaguardem a manutenção ou reforço do rendimento e qualidade agrícola,
protegendo o solo e melhorando a gestão da água e energia no local.
2.
Instalar vários modelos de produção fotovoltaica
sobre um pomar moderno de macieiras, que permita: (i) analisar o efeito da
colocação de PV em diferentes posicionamentos sobre o pomar; (ii) analisar os
efeitos agronómicos resultantes das modalidades de PV instaladas; (iii) estudar
uma nova proposta de pomar (modelo de produção, densidade, condução, poda) que
potencie os benefícios da cobertura com PV na produção agrícola e energética;
(iv) oferecer ao mercado uma proposta de arquitetura de FruitPV, baseada em IDE
e pronta a escalar, preparando um caderno de especificações para a constituição
de comunidades energéticas renováveis com base nos pomares.
3.
Avaliar a adaptação dos modelos em estudo a
diferentes espécies, fruteiras ou outras (conduzidas em linhas), localizações
geográficas e/ou ambientes climáticos.
4.
Melhorar a confiabilidade, robustez e facilidade
de manutenção do sistema, resultando em maior sustentabilidade e menores custos
operacionais gerais do sistema.
5.
Demonstrar a viabilidade económica, baseada na
inovação social e tecnológica, que trará grandes benefícios tanto para os
usuários finais quanto para as comunidades rurais.
6.
Alcançar os mais altos níveis de aceitação
social envolvendo todos os principais interessados – agricultores,
associações de agricultores, autoridades públicas e empresas de desenvolvimento
das estruturas agroenergéticas.
7.
Oferecer ao mercado propostas quantificadas para
o modelo de FruitPV, com base na produção energética, desempenho fisiológico
das plantas (fixação de carbono, fluorescência da clorofila a, Non Photochemical Quenching,
eficiência do uso de água e da luz, etc) e qualidade dos frutos (ex. % fruta
comercializável, nível de coloração, taxa de crescimento em contexto de stress
térmico, grau brix, etc), bem como propostas para redução da dependência de
combustíveis fosseis na atividade agroindustrial através do uso da tecnologia
fotovoltaica.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
COTHN ::
>
Entidade coordenadora do projeto;
>
Participa em atividades de IDE
incluindo aquisição de dados de monitorização da humidade do solo e
monitorização de parâmetros ambientais nos diversos modelos a desenvolver;
>
Dinamiza atividades de comunicação,
divulgação e disseminação do projeto.
INIAV::
>
Acompanha a instalação de Piloto no
polo de inovação de Alcobaça para atividades de IDE com cerca de 3.000 m2, que
culminará com a produção da arquitetura de um sistema viável de FruitPV;
>
Desenvolve proposta para um novo
modelo de pomar de macieiras que impulsione e maximize os sinergismos entre a
produção agrícola e energética;
>
Avalia o impacto da estrutura de
produção energética na performance agronómica e fisiológica do pomar,
nomeadamente na produção, crescimento vegetativo, crescimento dos frutos, fixação
de carbono, fluorescência da clorofila a,
Non Photochemical Quenching, eficiência do uso de água e da luz, condutância
estomática, transpiração, temperatura de superfície dos frutos, retorno à
floração, densidade floral e qualidade dos frutos (calibre, cor, brix, dureza,
amido, parâmetros biométricos, etc);
>
Participa na organização de
atividades de transferência de conhecimento, divulgação e disseminação de
resultados.
AKUOENERGY ::
>
Responsável pelo estudo,
desenvolvimento e instalação dos modelos piloto melhor adaptáveis a pomares
modernos de macieiras, no polo de inovação de Alcobaça, e endogeneização do
conhecimento acumulado nos parceiros internacionais com experiência nesta área;
>
Instala as tecnologias de
monitorização da produção energética nas modalidades que integram o piloto;
> Integração
de dados da produção energética, ambiental e
agrícola;
> Desenvolvimento
e instalação de software regulador da estrutura PV de acordo com as
necessidades de luminosidade e humidade da cultura;
> Estudo
de viabilidade na implementação de sistemas de captação e armazenamento de água
da chuva através das estruturas de produção energética;
> Apoio
na monitorização e otimização da estrutura energética em simbiose com a
produção agrícola, em fase pós implementação. Acompanhamento e apoio ao INIAV
na avaliação do impacto da estrutura energética na cultura agrícola adjacente,
trabalho conjunto para a criação de melhores sistemas com o objetivo de
melhorar os rendimentos agroenergéticos.
> Planificação
e execução de um plano de operação e manutenção da estrutura energética;
> Participa
nas atividades de disseminação de conhecimento e experiência.
IPL::
>
Realiza estudos sobre o contributo
energético dos PV em explorações agrícolas e agroindústrias na redução da
pegada de carbono;
>
Participa no desenvolvimento da
proposta de otimização de estruturas existentes;
>
Monitoriza e integra dados da
produção energética nas modalidades em estudo no piloto, com contribuição para
a definição do modelo em estudo mais adequado;
>
Prepara um caderno de especificação
para a constituição de Comunidades Energéticas Renováveis com base no Pomar PV,
preparando a industrialização deste modelo de produção agrícola e energética em
Portugal.
> Integra
dados da produção energética, ambiental e agrícola.
>
Estudos económicos de apoio.
ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DA MAÇA
DE ALCOBAÇA::
>
Levantamento e recolha de informação
e dados para estudos económicos;
>
Endogeneização dos resultados do
projeto e preparação da constituição de CER na região geográfica da IGP “Maça
de Alcobaça”;
>
Participação nas ações de divulgação
e disseminação de conhecimento.
CERFUNDÃO e PME’S a CONVIDAR
>
Fornecem dados resultantes da
capacidade instalada nas explorações agrícolas e estruturas de armazenamento e
processamento agroindustrial.
>
Participação na disseminação de
resultados.
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