Bolsa de Iniciativas PRR

 

XfSTOP (ID: 4 )
Coordenador: InnovPlantProtect
Iniciativa emblemática: 4. Adaptação às alterações climáticas
Data de Aprovação: 2021-10-26 Duração da iniciativa: 2024-12-31
NUTS II: Alentejo NUTS III: Alto Alentejo
 
Identificação do problema ou oportunidade

Xylella fastidiosa (Xf) é considerado o agente fitopatogénico nº1 na Europa em termos de impacto económico, social e ambiental, tendo sido reclassificado pela legislação fitossanitária da UE como um agente fitopatogénico de quarentena e uma doença prioritária, que são aquelas para as quais os impactos económicos, ambientais e sociais mais graves são esperados. Em 2019, a deteção de Xf foi oficialmente confirmada em Portugal, em plantas de alfazema na região do Porto. Recentemente foram detetadas plantas infetadas na região de Amadora-Sintra e num viveiro no Algarve. Os insetos vetores transmissores da doença estão presentes no território português e já foram detetados insetos contendo a bactéria. A Xf infecta diversas plantas, causando doenças em espécies de grande importância económica para a agricultura portuguesa, como a oliveira, a amendoeira, a vinha e os citrinos. Na Europa, o primeiro foco de infeção foi detetado na região da Apúlia, no sul da Itália, em 2013 e, em 2017, a síndrome do declínio rápido da oliveira afetava cerca de 6,5 milhões de oliveiras nessa área. Desde 2017 a doença espalhou-se para outras regiões de Itália, de Espanha e de França

Mais de 750 milhões de oliveiras são cultivadas em todo o mundo, 95% das quais estão concentradas na região do Mediterrâneo. Portugal ocupa a 8ª posição mundial na produção de azeite (104 430 T) e o Alentejo produz 73% do azeite português. De acordo com o Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia (JRC), a disseminação da bactéria pode custar à UE cerca de 5,5 e 0,7 mil milhões de euros por ano em perdas de produção e exportação, respetivamente. Além disso, prevê-se que, dependendo da idade das árvores, 35 a 70% da produção de oliveiras seja afetada pela Xf, originando a perda potencial de cerca de 300 000 empregos nas áreas de produção do olival, do amendoal, da vinha e dos citrinos a amendoeira, a vinha e os citrinos. 

Em Portugal, a ameaça de Xf é elevada, em particular para a olivicultura, e deve ser levada muito a sério, atendendo à importância deste sector para a economia portuguesa em geral e para a economia do Alentejo em particular. Cerca de 105M€ poderão ser perdidos a cada ano se em Portugal 35% das oliveiras fossem afetadas. Desde a primeira deteção em Portugal, o Xf já foi detectado em 30 espécies de plantas e numa distribuição geográfica mais ampla. O que é mais preocupante é que espécies como Quercus suberQ. robur e Olea europaea estão entre as plantas infetadas. A menos que contida, a Xf pode causar danos na ordem dos milhares de milhões de euros, colocando em risco a agroeconomia, a segurança alimentar e a biodiversidade de Portugal.

Atualmente não existe nenhuma forma eficiente de controlo da doença em árvores. Este Consórcio propõe-se desenvolver uma solução para contenção de infeção “in planta”.

 
Breve resumo da iniciativa a desenvolver

A iniciativa tem como finalidade a obtenção de uma ou mais formas de biocontrolo “in planta” do desenvolvimento da Xylella fastidiosa. Sendo impossível controlar os seus múltiplos vetores e sendo certa a multiplicidade de hospedeiros (595 espécies de plantas em 85 famílias foram identificadas como hospedeiros Xf), é impossível um controlo externo da doença.

A iniciativa pretende desenvolver uma solução baseada em microrganismos pertencentes ao fitomicrobioma de oliveiras e amendoeiras. Para isso tem já isolados vírus e bactérias do microbioma destas árvores que está a redesenhar de forma a controlar o crescimento da Xf no xilema das árvores. Para tal serão desenvolvidas formulações, baseadas em micropartículas biocompatíveis que permitam o fornecimento na rega gota a gota ou por aspersão da parte aérea da planta. Estas formulações serão testadas no campo com as estirpes microbianas/virais. As soluções serão testadas em plantas infetadas em laboratório de contenção tipo 2, que terá que ser estruturado a partir de instalações pré-existentes. Terão também de ser testadas em plantas infetadas em estufa com medidas de contenção idênticas.

O consórcio contem tomadores da tecnologia a desenvolver e pretende, durante os 4 anos de atividade criar produtos que possam ser aplicados preventivamente nas culturas, através da rega gota a gota ou por aspersão das copa das árvores.
 
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro

O conjunto de parceiros associados a esta iniciativa e as suas áreas de trabalho nesta iniciativa são os seguintes:

InnovPlantProtectb (CoLab) – Promotor

Área de trabalho principal: Desenvolvimento de um agente de controlo biológico bacteriano, sua testagem e formulação

Universidade de Évora

Área de trabalho principal: Desenvolvimento de um agente de controlo biológico baseado em vírus, sua testagem e formulação

INIAV

Área de trabalho principal: Testagem das soluções em estufa em ambiente confinado

Instituto Pedro Nunes

Área de trabalho principal: Sequenciação de estirpes de Xylella fastidiosa e sua análise

COTNH

Área de trabalho principal: Divulgação do projeto e ações de promoção e de avaliação do impacto na produção

DGAV

Área de trabalho principal: Aconselhamento legal sobre os processos/produtos e sua implementação. Divulgação  

DRAPAlentejo
Área de Trabalho Principal: 
disponibilização de olival para ensaios na região de Moura (herdade dos Lameirões), monitorização de ensaios de campo  e colaboração na divulgação dos resultados.

CEPAAL

Área de trabalho principal: Divulgação do projeto e ações de promoção e de avaliação do impacto na produção aos produtores de azeite do Alentejo

Fundação Eugénio de Almeida

Área de trabalho principal: Adequação, tratamento e disponibilização de olivais e amendoais para campos de ensaios, acompanhamento e monitorização dos ensaios. 

Bolschare 

Área de trabalho principal: Adequação, tratamento e disponibilização de olivais e amendoais para campos de ensaios, acompanhamento e monitorização dos ensaios. 

Lusosem

Área de trabalho principal: Divulgação do projeto e ações de promoção e de avaliação do impacto na produção. Ações de formação de produtores. Tomador das soluções para sua comercialização.
 
Interlocutor: Pedro Fevereiro - CEO - InnovPlantProtect CoLab   Email interlocutor: pfevereiro@iplantprotect.pt   Email entidade: inpp@iplantprotect.pt