Bolsa de Iniciativas PRR

 

GoldWaste (ID: 400 )
Coordenador: COTHN - Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional
Iniciativa emblemática: 5. Agricultura circular
Data de Aprovação: 2022-10-06 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Oeste
 
Identificação do problema ou oportunidade

Alinhado com Pacto Ecológico Europeu e à estratégia Farm to Fork e com vista em minimizar a pegada carbónica das explorações agropecuárias e da indústrias agroalimentares, torna-se imperativo melhorar a economia circular e assegurar altas produtividades necessárias a tendente procura, com o menor impacto ecológico, ao mesmo tempo que se deve fortalecer a resiliência dos sistemas agronómicos de forma a mitigar das alterações climáticas cada vez mais evidentes.

 

Sendo a região Oeste de Portugal uma referência internacional na produção Hortofrutícola mas também com vários polos de produção animal intensiva, responsáveis por gerar efluentes de difícil gestão e eliminação por essas empresas pecuárias e também decorrentes do processamento de vegetais. Podem ser considerados também os sobrantes agrícolas bem materiais de poda quer de pomares quer, resultantes de jardins de freguesias e/ou municípios que se associem à iniciativa.

 

Segundo a Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais, vários concelhos da região Oeste, são largamente autossuficientes na produção de compostos ricos em matéria orgânica, azoto e fósforo derivados da produção agropecuária que superam as necessidades locais da utilização destes nutrientes em agricultura. Também segundo a mesma estratégia, o aproveitamento deste tipo de efluentes é urgente devido à contaminação que se verifica nas diversas bacias hidrográficas dos concelhos com maior atividade agropecuária.

 

Deste modo, pretendemos estudar a melhor via de integração desses efluentes pecuários com os desperdícios hortofrutícolas efluentes e lamas destas indústrias, com o objetivo de melhorar os níveis de matéria orgânica numa região caracterizada por solos pobres que necessitam de ser enriquecidos com matéria orgânica e minerais sem recorrer apenas a adubos de síntese cada vez mais dispendiosos, que desequilibram a balança comercial e que não resolvem os problemas emergentes.

 

Não comprometendo nem as características do hortofrutícolas nem dos agro-sistemas ecológicos já existentes, pelo contrário, pretendemos melhorar ambos e aumentar a fertilidade do solo  resultando assim numa maior fixação de carbono atmosférico via solo, plantas e frutos e simultaneamente promover a sustentabilidade das nossas agroindústrias repensando a economia circular na sua forma mais material bem como dota-las de energias limpas e redução de custos de gestão de resíduos com consequente redução de CO2, redução de espaço ocupado no ambiente, contaminação de solos e bacias, redução de gases com efeito estufa, resultantes  decomposição e prejudiciais à camada de ozono.

 
Breve resumo da iniciativa a desenvolver

Pertende-se valorizar os subprodutos provenientes das indústrias agroalimentares bem como efluentes e lamas provenientes quer dos anteriores, quer de explorações pecuárias e ainda sobrantes agrícolas, restos de podas e outros através da digestão e compostagem dos mesmos alicerçada no objectivo de melhorar a eficiência de toda a máquina Agro-pecuária e alimentar, lubrificando toda a engrenagem num sistema único e integrado de gestão centralizada, potenciando a cascata de valor, com o procurar valorizar materiais que têm nula valorização comercial, geram encargos económicos avultados e aluindo a dor de cabeça para os empresários e dos organismos públicos nestas temáticas sensíveis, que correspondem às reais necessidades do sector.

 

Procura-se neste âmbito, estudar e comparar:

·        Metodologias convencionais de compostagens em pilha;

·        Compostagem acelerada em compostores fechados e com controlo automático de variáveis (temperatura, humidade, agitação e oxigenação entre outros) culminando com formação, em curto espaço de tempo, de compostos orgânicos em pellet e líquidos, acoplado de um sistema solar fotovoltaico que colmate a necessidades energéticas deste sistema automatizado, descrito anteriormente;

·        Digestão anaeróbia com produção de compostos orgânicos sólidos e adubos líquidos e consequente produção de biogás que será alvo de queima gerando energia elétrica na exploração ou na indústria por cogeração, reduzindo os consumos energéticos provenientes de vias fosseis;

  

Para estas linhas de investigação, é também  objectivo analisar as características físico-químicas e salubridade dos compostos produzidos; avaliar a microbiota com eficácia biológica dos compostos; identificar substâncias bioativas com atividade enzimática, fitotóxica ou alelopática dos extratos de compostagem, desenvolver extratos/chá de compostagem com atividade microbiana e aglomerados de microorganismos e avaliar a capacidade bioestimulante dos extratos na produção e proteção vegetal, que podem ser facilmente aplicados de forma foliar, com o efeito pretendido de induzir mecanismos de defesa e resistência naturais nas plantas. Será também objectivo comparar os produtos obtidos por cada uma das metodologias empregues no sentido de adotar o melhor sistema a replicar, em maior ou menor escala mas de uma forma generalizada entre a comunidade, de forma a tornar a área agricola mais produtiva, mais rentável, atractiva e competitiva.

 

Ao nível da técnica de aplicação, também pretendemos estudar qual a melhor forma de incorporação das adubações orgânicas, analisando o impacto de regeneração de solo quer pelo aumentando da matéria orgânica no solo quer pela melhoria da retenção de água do seu desenvolvimento contribuindo-se para a melhoria da fertilidade do solo em utilizações futuras, promovendo desta forma a conservação, melhoramento e valorização dos recursos genéticos de natureza animal e vegetal, assegurando a biodiversidade dos recursos água, solo e ecossistemas e permitindo fazer crescer o sector agro-alimentar de forma inovadora e sustentável, além de permitir melhorar a fixação de pessoas nas zonas rurais, aumentar a produção, a oferta de trabalho, favorecer economias locais de zonas mais desfavorecidas beneficiando genericamente toda a população e a economia.

 
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro

O Grupo de Trabalho inicial é composto por 4 entidades: INIAV, APMA, COTHN e Campotec

 

O COTHN terá a função de coordenar e liderar o Grupo de Trabalho e em conjunto com a APMA divulgar as atividades e resultados. A Campotec e as restantes PME´s a envolver serão responsáveis por cederam os campos para se realizarem os ensaios, de subprodutos e realizarem os respetivos trabalhos de trabalhos de experimentação, relacionados com a aplicação, monitorização e discussão dos resultados.

O INIAV e a entidades do sistema científico e tecnológico a envolver ajudarão na caracterização física, química e microbiológica dos compostos e avaliarão seu efeito ao nível do microbioma do solo, sequestro de carbono e proteção dos ecossistemas.

 

Pretendemos no decurso dos trabalhos incluir na parceria ou por meio de protocolo de colaboração mais entidades como algumas autarquias e outros organismos com intuito de promover a criação iniciativas em zonas estratégias, quer para agregar efluentes pecuários, quer para avaliar a possibilidade de  se criar pequenas estruturas para obtenção de energia com base em biomassa.

 

 
Interlocutor: Carmo Martins   Email interlocutor: carmo@cothn.pt   Email entidade: carmo@cothn.pt