Bolsa de Iniciativas PRR

 

GAIME - Gamification of Agrotourism Industry to Maximize Efficiency (ID: 402 )
Coordenador: Instituto de Telecomunicações
Iniciativa emblemática: 7. Revitalização das zonas rurais
Data de Aprovação: 2022-10-10 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Região de Aveiro
 
Identificação do problema ou oportunidade

As zonas rurais têm vindo a sofrer um processo de despovoamento, com perda de população jovem e o consequente envelhecimento acelerado dos residentes, o que se deve à falta de atividades económicas que permitam garantir rendimento e ao ganho de qualificações das gerações mais jovens, que os faz migrar para regiões mais urbanas. As atividades de agricultura de subsistência têm vindo a ser abandonadas, e mesmo estando a acontecer, são uma atividade agrícola como complemento de rendimento de outra atividade.  

O património existente nestas zonas (as casas, as quintas, etc) é apelativo para os habitantes dos meios urbanos. As atividades relacionadas com o turismo criam valor económico local e fixam alguma população devido à mão de obra que utilizam, mas ficam um limitadas na oferta de atividades lúdicas e na captação do interesse dos clientes. A complementaridade de atividades turísticas, agrícolas e conexas, permite ganhos mútuos, através da utilização de produtos agrícolas frescos e de valor acrescentado na restauração, e a utilização das tarefas e cenários agrícolas como forma de entretenimento dos clientes das empresas hoteleiras.  

Adicionalmente, o forte processo de digitalização e a adoção de tecnologias caraterísticas da Indústria 4.0, aceleram os sistemas agroalimentares para transformar a forma como os alimentos são produzidos, possibilitando, uma gestão mais sustentável dos recursos naturais, e facilitando o comércio e a disseminação de informação. Estas tendências melhoram a qualidade dos serviços e a conetividade nos meios rurais. Atuar ao nível de fixação de recursos humanos e promover a otimização dos fatores e cadeias de produção pela incorporação de tecnologia de base digital traduzem vetores de trabalho primários para a revitalização das zonas rurais.  

Estes princípios de atuação vêm assumidos no documento “Long-term vision for EU´s rural areas in 2040” da Comissão Europeia de 30 de junho de 2021, complementado pelo documento Enabling factors for rural revitalisation & a self-assessment tool for policy design da European Network for Rural Development - Thematic Group Report May 2022. 

É assim, necessário promover uma interação entre as atividades de ambos os setores, promovendo a criação de proveitos mútuos de modo que a geração adicional de rendimento e a digitização das atividades atraia a população mais jovem e capacitada para as atividades agropecuárias e turismo nos territórios rurais, numa expetativa de dinamizar a economia local e as condições dos seus habitantes. 

O GAIME irá atuar nas linhas de ação 7.2. Conhecimento, 7.5. Territórios rurais inteligentes e 7.6. Diversificação económica, através: 

-da digitização da agricultura (uso de tecnologias inteligentes para a otimização das atividades agrícolas e pecuárias permitindo aumento de proveitos das atividades); 

-exploração do agroturismo e do desenvolvimento de uma plataforma digital que permite ter uma primeira experiência virtual daquilo que será a visita às explorações dos agricultores; 

-utilização da plataforma como meio de exposição das atividades agrícolas integradas com a oferta turística, para aos residentes de zonas urbanas, captando o interesse e angariando clientes para o setor; 

-desenvolvimento de uma plataforma de partilha de conhecimento voltada para os (potenciais) agricultores e realização de sessões de capacitação em articulação com uma escola profissional.

 
Breve resumo da iniciativa a desenvolver

A iniciativa visa atrair e fixar pessoas nos meios rurais, sobretudo jovens, em atividades agrícolas, da indústria agroalimentar ou de prestação de serviços a todo o setor e atividades conexas. Desenvolverá uma nova abordagem dirigida à população residente nestes territórios, com atividade relacionada com o setor agroalimentar, nomeadamente a agricultura familiar, aos jovens agricultores e jovens empresários rurais, às mulheres agricultoras, criando e promovendo novos incentivos e benefícios de contexto para que mais pessoas se possam envolver no setor agroalimentar e atividades conexas. 

A exposição das atividades agropecuárias, com a evolução do crescimento vegetativo de plantas ou do crescimento e bem-estar animal através da web e das redes sociais permite criar o interesse nos habitantes do meio urbano pelas atividades económicas e assim atraí-los para o interior, captando clientes para o setor hoteleiro. A gamificação da interação do setor hoteleiro com atores do sector agropecuário permite criar interesse pelas atividades e pelos produtos da agropecuária, podendo gerar ganhos mútuos. 

Assim, o projeto tem como objetivos principais: 

-a digitização da agricultura através do uso de IoT, sensorização, aplicação mobile, resultando num sistema de monitorização inteligente, que permite ao agricultor programar a rega e dar sugestões aquando da necessidade de rega e adição de fertilizantes/nutrientes e que recolha dados acerca das culturas e sua evolução. Desta forma, pretendemos amenizar os trabalhos no campo, tornando-os mais ágeis e evitando deslocações desnecessárias dos agricultores aos terrenos (p.ex. através da rega inteligente), assim como, aumentar a produtividade das explorações agrícolas e, portanto, o rendimento dos agricultores e uma melhoria na economia local; 

-análise da atividade e localização animal, através da utilização de um sistema (coleiras dotadas de sensores) que recolham a informação da atividade animal, que fica disponível numa plataforma online e, por conseguinte, contribuirá para melhorar o bem-estar animal, dado que será possível acompanhar remotamente os dados da monitorização, bem como libertar o tratador do acompanhamento contínuo e próximo; 

-expor os dados de evolução das explorações agrícolas e da atividade animal através da web e redes sociais, incentivando a interação com os residentes em ambientes urbanos; 

-integrar as atividades agrícolas com oferta turística, permitindo aos turistas efetuar visitas às explorações e participar nas tarefas agrícolas - agroturismo - o que irá promover a criação de mais emprego e empresas em serviços conexos à agricultura. O consórcio pretende também, desenvolver uma plataforma virtual onde será possível aos turistas terem uma primeira experiência em ambiente simulado do que será a visita à exploração agrícola, como também, desenvolver áudio-guias, de forma a melhorar a experiência dos visitantes. Esta plataforma, irá conter uma área para divulgação e promoção dos produtos comercializados pelos produtores; 

-tornar o conhecimento relativo às áreas agrícola, pecuária e agroturística, acessível aos (potenciais) produtores, de forma a atrair mais jovens agricultores e mulheres para estas atividades. Para tal, será desenvolvida uma plataforma online, onde serão inseridos conteúdos, e serão realizadas sessões de capacitação junto dos demais interessados nestas áreas, incitando a aprimorar e digitalizar as práticas agrícolas existentes e atrair mais pessoas a iniciarem-se nesta atividade.

 
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro

A1 - Estudo da situação atual e levantamento de requisitos

Na atividade 1 será realizado um estudo relativo ao estado atual (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) das zonas rurais, tendo como foco principal, as zonas de Baião e Bragança, onde se encontram instalados os agricultores e a associação que participam deste projeto. 

Assim, pretendemos compreender as dificuldades e os entraves sentidos para a fixação da população nestes territórios e o impacto na economia local, como também, as necessidades sentidas pelos agricultores e outros atores económicos locais com atividades conexas à agricultura. Em simultâneo, será efetuado o levantamento dos requisitos essenciais para que os objetivos do projeto sejam implementáveis em contexto real.

A ESAC será o responsável desta atividade e contará com a participação da WISEWARE, EPADRV, ADARAD,  ACRIGUARDA, IT, DRAPC e agricultores das regiões onde serão implementados os demonstradores.

A2 - Especificação e definição do plano de atuação

Nesta atividade será definido o plano de atuação tendo em consideração os outputs obtidos do estudo efetuado na atividade 1. O plano de atuação, que contemplará as estratégias a adotar para solucionar as necessidades identificadas, será composto pelas seguintes orientações:

-digitilização da agricultura e pecuária, através do recurso a sensorização, IoT e big data, tornando estas atividades mais atrativas e promovendo a criação de PME’s nestes setores;

-exposição dos dados de sensorização através da web e redes sociais, criando relação com habitantes de meios urbanos;

- integração do agroturismo (recorrendo também a tecnologia) como forma de dinamização da economia local e aumento dos rendimentos dos produtores;

-conhecimento disponível de forma igualitária a todos os (potenciais) produtores, através do desenvolvimento de uma plataforma de partilha de conteúdo e da realização de sessões de capacitação técnica.

Assim, e uma vez que será aplicada tecnologia em favor da revitalização das zonas rurais, mais propriamente, nos locais onde se encontram instalados os agricultores que farão parte dos casos de estudo e no Polo de Inovação de Coimbra, será necessário especificar a tecnologia que melhor colmatará as necessidades identificadas na atividade 1.

O IT será líder desta atividade e terá como parceiros intervenientes a WISEWARE, a ESAC e a EPADRV.

A3 - Demonstradores em contexto real

Aqui será executado o plano de atuação definido na atividade 2. Serão desenvolvidas e implementadas as soluções tecnológicas em contexto real, realizadas as sessões de capacitação e as primeiras atividades de agroturismo.

Será ainda criada uma infraestrutura de análise e processamento de dados de forma a poder expor a informação acerca da monitorização das atividades agropecuárias aos utilizadores das áreas urbanas, através da web e redes sociais.

Posteriormente, será efetuada a monitorização e avaliação das soluções implementadas, tanto a nível estratégico como a nível tecnológico.

A atividade será da responsabilidade da WISEWARE e contará com a participação dos restantes parceiros.

A4 - Promoção e divulgação

Esta atividade consiste na promoção e divulgação do projeto e seus resultados, pelo que será criado um plano de disseminação e divulgação dos resultados.

Serão desenvolvidos e publicados artigos científicos, realizados workshops, demonstrações e participações em feiras do setor. Adicionalmente, será criado um website do projeto e utilizados outros meios de divulgação digital para promoção do projeto. 

A promoção irá incluir uma campanha de divulgação do mecanismo de interação com os utilizadores das áreas urbanas. Todos os parceiros terão intervenção nesta atividade, sendo a DRAPC o responsável.

A5 - Gestão do projeto

A gestão do projeto acompanhará a execução projeto do início ao fim, e consiste na monitorização da sua execução física e financeira. Serão realizadas reuniões de consórcio mensais com todos os parceiros e reuniões técnicas mediante as atividades que se encontrarem em curso. Assim, todos os membros do consórcio irão participar nesta atividade, quer seja na realização e reuniões, apoio à tomada de decisão e desenvolvimento dos entregáveis necessários. O líder desta atividade será o IT e todos os parceiros terão participação ativa.


Responsabilidades


WISEWARE

-desenvolver, implementar e monitorizar soluções tecnológicas;

-promover e divulgar o projeto;

-desenvolvimento de plataformas (de partilha de conhecimento, de exposição das atividades agrícolas; onde constam os dados de monitorização da rega/culturas e da atividade animal).

COTHN

-apoiar a implementação do plano de disseminação e divulgação dos resultados;

-ações de capacitação e informação orientadas para técnicos e produtores;

-apoio técnico ao nível dos sistemas de automatização de rega e na monitorização e avaliação no plano de atuação.

DRAPC

-disponibilização dos terrenos/culturas para a realização de experimentos em contexto real;

-atividades de disseminação e divulgação dos resultados;

-apoiar na implementação, monitorização e avaliação dos demonstradores tecnológicos e agroturísticos. 

EPADRV

-realização do estudo inicial e definição do plano de atuação;

-ações de capacitação para técnicos e produtores;

-ações de promoção e divulgação do projeto;

-monitorização e avaliação no plano de atuação.

Daniela Neto

-disponibilização dos terrenos/culturas para a realização de experimentos em contexto real;

-apoio à implementação e monitorização dos demonstradores tecnológicos e agroturísticos.

ESAC

-apoiar na realização do estudo inicial e definição do plano de atuação;

-apoiar na implementação dos demonstradores tecnológicos e agroturísticos e consequente avaliação dos mesmos;

-ações de divulgação e promoção do projeto e disseminação dos resultados.

ACRIGUARDA 

 -conhecimento técnico ao nivel (da postura) animal e apoio na implementação científica nesta matéria. 
-apoio à implementação e monitorização dos demostradores tecnológicos e agroturísticos.
-ações de divulgação e promoção do projeto e disseminação dos resultados.

ADARAD
 -
conhecimento técnico ao nivel d eregime cultural vinhateiro e apoio na implementação científica nesta matéria. 
-apoio à implementação e monitorização dos demostradores tecnológicos e agroturísticos.
-ações de divulgação e promoção do projeto e disseminação dos resultados.

 
IT
 -gestão e acompanhamento do projeto;

-prototipar, implementar, monitorizar e avaliar soluções tecnológicas;

-promover e divulgar o projeto e disseminar os resultados. 

 
Interlocutor: Daniel Pôças   Email interlocutor: pocas.daniel@av.it.pt   Email entidade: psilva@av.it.pt