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Lactifun - Inovar, transferir e criar valor em territórios rurais (ID: 405 )
Coordenador: GreenClon, Lda
Iniciativa emblemática: 7. Revitalização das zonas rurais
Data de Aprovação: 2022-10-07 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Região de Coimbra
Identificação do problema ou oportunidade
Na região
Mediterrânica o uso do solo moldou a paisagem atual, que através da adaptação
humana desenvolveu sistemas multifuncionais de uso do solo e formas de
exploração dos recursos. Os sistemas agroflorestais são fruto dessa evolução
secular, e assumem atualmente uma importância crescente na ocupação do
território. Estes sistemas apresentam-se uma forma de uso do solo que integra
vegetação arbórea e/ou arbustiva com culturas agrícolas e/ou atividades
pastoris, potenciando os benefícios das interações ambientais e económicas daí
resultantes.
Em Portugal
Continental, os sistemas agroflorestais são maioritariamente compostos por
prados e pastagens permanentes sob-coberto florestal – sistemas Silvopastoris.
Estes sistemas têm aumentado substancialmente, sendo que 95% destas áreas
localizam-se nas regiões da Beira Interior, Ribatejo e Oeste e Alentejo (797,5
mil ha). É ainda de salientar que 80% correspondem a explorações agrícolas com
uma orientação económica dominante para os Bovinos de leite e carne, para os
Pequenos ruminantes e mistas agropecuárias. Paralelamente, nas últimas décadas
tem vindo a assistir-se a um crescimento na exploração de produtos silvestres
como os cogumelos, proveniente de sistemas florestais e sistemas agroflorestais.
Observou-se um forte crescimento no número de jovens agricultores produtores de
cogumelos em zonas rurais, e também uma crescente literacia para a colheita de
cogumelos silvestres. A produção e colheita de cogumelos surge muitas vezes
associada a explorações agrícolas em sistemas agroflorestais, representando um
rendimento extra para produtores e empresas familiares em zonas rurais. Os
sistemas agroflorestais surgem como um sistema produtivo de interesse crescente
devido à sua multifuncionalidade, importância ambiental e potencial produtivo.
Portugal detém um
extenso e diversificado leque de produtos alimentares de cariz tradicional,
associados a cada uma das regiões do país e à dieta mediterrânea. A produção de
leite e produtos lacticínios (queijos, manteigas, iogurtes) representam, a
seguir à produção de carne, um dos principais rendimentos em sistemas
Silvopastoris. Estes produtos, que são parte integrante da cultura e tradição
em zonas rurais, são também chave para o sector e o desenvolvimento rural. No
caso do leite e dos produtos à base de leite, atualmente, estão registados 24
produtos DOP - nomeadamente queijos, requeijão e manteiga, o que destaca o
valor acrescentado destes produtos. Este tipo de produtos desempenha um papel
crucial no desenvolvimento rural, e a criação de novos produtos será
fundamental para a revitalização das zonas rurais.
Atualmente
assistimos a uma mudança nos padrões de consumo e de preferência dos
consumidores, que resultam de uma mudança cultural na sociedade, nomeadamente
nos padrões de qualidade de vida, saúde, bem-estar animal e a apreensão com as
alterações climáticas. Há maior procura por produtos certificados como
biológicos, nutricionalmente equilibrados e que garantam segurança alimentar e
nutricional. Ir de encontro a estes novos padrões permitirá criar novas cadeias
de valor, atraindo jovens agricultores e empresários para os territórios. Para
a revitalização das zonas rurais é necessário aliar a criação de redes de
inovação à partilha de conhecimento entre os diferentes skateholders, de forma
a promover o rejuvenescimento e investimento no capital social e natural destes
territórios.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
A iniciativa Lactifun,
pretende promover a revitalização das zonas rurais através do desenvolvimento
da cadeia de valor associada à produção de lacticínios e cogumelos. De forma
concretizar este objetivo de forma integrada a iniciativa pretende desenvolver um
projeto à escala piloto estruturado em 3 eixos estratégicos: Inovar; Transferir
e Criar valor.
E1 - Inovar
- Desenvolvimento
de novos produtos alimentares a partir de produtos lácteos e recursos
micológicos/cogumelos, que sejam nutricionalmente equilibrados e que
representem um valor acrescentado para os produtores rurais;
- Inovação nos
processos de produção, criando processos mais sustentáveis que promovam medidas
de mitigação das alterações climáticas;
- Desenvolvimento e
estabelecimento de práticas que garantam a qualidade nutricional e segurança
alimentar dos produtos.
E2 – Transferir
- Divulgação dos
produtos desenvolvidos e promoção junto de novos potenciais produtores, para a
criação de novos empregos qualificados em zonas rurais.
- Aumentar o potencial produtivo junto de
jovens agricultores que nos últimos anos têm desenvolvido projetos na área da
produção de cogumelos (e silvestres) e na produção de leite (especial foco para
leite de caprinos e ovinos);
- Criação de uma rede de inovação junto de
stakeholders do setor que garantam uma cadeia de produção e a promoção dos
produtos desenvolvidos. Pretende-se criar ligação entre jovens agricultores,
pequenos empresas e/ou familiares produtores de leite e/ou cogumelos a empresas
de transformação (ex. queijarias).
E2 – Criar Valor
- Diversificação
económica através da criação de novos produtos alimentares, tendo como base a
multifuncionalidade e sustentabilidade dos sistemas agroflorestais;
- Criar uma estratégia
de marketing e de criar uma cadeia de valor de produtos tradicionais e de novos
produtos à base lacticínios e cogumelos;
- Criar produtos de valor acrescentado a
partir dos sistemas agroflorestais de forma a atrair população qualificada para
as zonas rurais;
- Criar emprego
diversificado, qualificado e negócios atrativos que empreguem mais mulheres
para no setor.
O consórcio
pretende com este projeto à escala piloto trazer valor acrescentado para a
região, promovendo novas atividades económicas e reforçando as já existentes.
Esta iniciativa terá uma abordagem dirigida à população residente em zonas
rurais, nomeadamente junto de jovens agricultores em empresas familiares nos
sectores agroflorestal e agroalimentar. Pretende-se que este projeto piloto possa
depois ser replicado em outras zonas rurais, nomeadamente em zonas de montanha
e com maior abandono rural.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
A GreenClon (GC),
enquanto PME tem como atividades a produção de caprinos de leite e desenvolve
atividades de I&D em biotecnologia, será a entidade responsável pela
coordenação e monitorização geral da iniciativa. A GC irá colaborar nas várias
atividades operacionais, ficando responsável por verificar o cumprimento dos
indicadores de projeto por parte dos vários parceiros do consórcio.
Enquanto à
operacionalização das atividades de I&DT (Eixo1) o IPC/ESAC será o parceiro
responsável pela sua coordenação e execução, tendo o apoio das PMEs (produção
de leite, produção de queijo e produção de cogumelos) em vários momentos
dependendo da especificidade dos trabalhos. O IPC colaborará também nos Eixos 2
e 3, nomeadamente na divulgação e transferência de conhecimentos, e nos estudos
de mercado e criação de valor, juntamente com a ANIL e o Centro de Competências
de Caprinicultura (representado pelo Município de Vila Nova de Pioares).
As várias entidades
do consórcio irão ao longo da iniciativa trabalhar em conjunto, de acordo com
as suas competências, tendo em vista a realização das seguintes atividades:
Eixo 1
A.1 – Valorização
de resíduos da produção de queijo para a produção de biomassa proteica (IPC, e
PMEs – queijarias (ex. Tété);
A.2 – Incorporação
de cogumelos (desidratados e/ou extratos) em produtos lácteos e desenvolvimento
de novos produtos (GC, IPC, PMEs produção de cogumelos);
A.3 –
Desenvolvimento de protocolos de produção sustentável, qualidade nutricional e
alimentar adaptados às condições locais dos produtores (GC e IPC).
Eixo 2
A.4 – Criação de
rede de inovação (GC, IPC, PMEs, ANIL e CCCaprinicultura);
A.5 – Divulgação
dos produtos desenvolvidos junto de potenciais produtores e beneficiários do
setor (queijarias, jovens agricultores) (ANIL, PMEs, CCCaprinicultura, GC).
Eixo 3
A.6 – Criação da
cadeia de valor: estudo de mercado e estratégia de marketing para
comercialização dos novos produtos a nível nacional e internacional (IPC,
ANIL);
A.7 – Avaliar a
evolução e o impacto do projeto piloto nas zonas rurais em que se insere,
nomeadamente na fixação de jovens, criação de emprego, criação de novos
negócios e impacto nas já existentes (Consórcio).
Todos os parceiros do consórcio irão contribuir para a
divulgação e implementação dos resultados da iniciativa. Nota: A Associação
Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL), com nº Membro Rede Rural 994, encontra-se registada na rede rural, no entanto não se encontra na lista de entidades parceiras a selecionar na plataforma de registo da iniciativa. Por este motivo não foi possível adicionar a ANIL como parceiro no momento da inscrição da iniciativa.
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