INIAV - Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P.
Designação da parceria
"Grupo Operacional de Produção de Proteína Quinoa: Alimentação e Saúde – QUINAS"
Iniciativa a desenvolver
"Originária dos Andes, a quinoa, é muito rica em proteína sem glúten. É uma cultura a privilegiar como alternativa na rotação e na alimentação dos celíacos. Procuramos dar a conhecer a sua adaptação em Portugal, no campo e, no setor industrial. "
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
"Nos últimos censos anuais foi detetado um crescimento exponencial de crianças intolerantes ao glúten (celíacos), associado a uma grande e acelerada procura de alimentos sem glúten. Em Portugal, contribuir para uma dieta isenta de glúten não é fácil porque inúmeros obstáculos são encontrados ao nível de todos os intervenientes do processo alimentar (desde a produção de grão isentos de glúten até à panificação): há escassez na oferta de produtos sem glúten, são caros e pobres em qualidade (seja sensorial, tecnológica e/ou composição nutricional). Estas dificuldades estão também associadas à inexistência de hábitos alimentares e ao impacto negativo desta restrição alimentar no convívio social. Por outro lado, Portugal à semelhança da Europa está muito dependente de matérias-primas ricas em proteína oriundas de países terceiros como é o caso típico da soja. Em Portugal importam-se cerca de 55000 ton/ano de leguminosas pra grão para alimentação humana (FAO, 2011). Além das leguminosas para grão, a cultura da quinoa (Chenopodium quinoa) que data de há mais de três mil anos é uma cultura muito importante a considerar introduzir em Portugal uma vez que numa só espécie reúne as características necessárias para minimizar a importação de proteína e contribuir para dieta saudável isenta de glúten. A quinoa é um dos pilares da alimentação na América Latina (Andes) de onde é originária e também denominada por “pseudo cereal” por possuir um elevado teor de proteínas (entre 14 e 18%) e não conter glúten, o que constitui uma mais-valia para incorporar na dieta de doentes celíacos e alérgicos ao glúten. Nos últimos anos tem-se verificado um crescente interesse pela introdução de novas culturas nos sistemas de agricultura portuguesa que contribuam para satisfazer as novas exigências ou oportunidades de mercados internos. "
Objetivos visados
"Como objetivo geral procuramos conhecer melhor a cultura da quinoa, identificar materiais vegetais bem adaptados às condições edafo-climáticas da região mediterrânica, valorizar a espécie junto dos agricultores e industria (panificação). Como objetivos específicos e instrumentais salientam-se: • Identificar e selecionar o material vegetal melhor adaptado às condições edafo-climáticas da região mediterrânica, com maior capacidade produtiva e alto valor nutritivo (para uso na alimentação de celíacos); • Candidatura de uma variedade no Catálogo Nacional de Variedades (CNV) com alto valor agronómico e qualitativo e enriquecer o banco de germoplasma; • Demonstrar, sensibilizar, promover e “criar saber” junto dos atores diretos – agricultores com a elaboração de um itinerário técnico; • Criar novas oportunidades de mercado para a indústria panificadora e de massas alimentícias; • Responder a um nicho de mercado em expansão (produtos isentos de glúten) com uma cultura de elevada riqueza nutricional;"
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
"Os resultados que iremos obter, contribuirão para aumentar o conhecimento sobre a produção e processamento de uma matéria-prima em Portugal, que até agora apenas é importada e para a divulgação de um produto que passará a ser produzido no nosso país, mais adaptado ao consumidor nacional. Os testes realizados no campo (em ensaios de adaptação - INIAV), para determinar a adaptação da cultura, e, no laboratório (INIAV) para avaliar o valor nutritivo das sementes serão fundamentais para a seleção das linhas / genótipos mais promissores. As linhas eleitas a partir dos resultados obtidos no final do 1º ano conduzem à instalação das mesmas em grande parcela (em casas de agricultores). A semente obtida em maior quantidade será alvo de ensaios para ajustamento de processo e formulações, com diferentes espécies, para panificação, cujos resultados, esperamos vir a contribuir para o desenvolvimento da indústria panificadora para celíacos. Estes resultados serão divulgados pela Associação Portuguesa de Celíacos (APC). Por outro lado, a interpretação conjunta de todos os resultados conduzirá, no último ano da proposta, à candidatura de uma ou mais linhas ao CNV que serão disponibilizadas aos empresário agrícolas para serem produzidas, processadas na indústria panificadora e colocadas no mercado nacional. A panificação, rica em quinoa com proteínas isentas de glúten contribui para a expansão de um novo produto para uma alimentação mais saudável, sobretudo para pessoas intolerantes ao glúten. Como o conhecimento sobre a quinoa em Portugal é escasso, será necessário envolver todos os parceiros em todas as atividades da iniciativa, de modo a proporcional uma equipe multidisciplinar. Todos os resultados serão alvo de transferência de conhecimento e tecnologia entre os diferentes sectores envolvidos - Investigação e Desenvolvimento / Produção / Industria / Consumidores. Os principais beneficiários são: • Técnicos, Cooperativas e Agricultores - a introdução de uma nova espécie, rica em proteína vegetal, na rotação, será uma oportunidade para os agricultores e suas organizações que poderão diversificar as suas actividades e produções • Empresas - Indústria agro-alimentar – alternativa como nicho em expansão no momento atual; uso da produção interna em detrimento importação e menor dependência do mercado e custos de importação • Investigação – ganho adquirido pelo contacto com os agricultores e suas organizações e industria. • Publico em geral – através do desenvolvimento regional e ganho na economia nacional. • Economia Nacional – Diminuição da dependência externa em termos de proteína isenta de glutén, contribuinda para a melhoria do défice agro-alimentar Nacional "